quinta-feira, 2 de outubro de 2014

AVELÃS, AVELÃS - wikcionario wikdicionario




Corpo hirto em um esquife :
esta uma definição de morte
( ou da morte?!).
Não um definir somente,
mas um definhar também
com rumo de demonstração 
através da ciência cênica do deus Thanatus
versus ciência cínica do homem do vulgo,
vulto transtornado em médico e monstro
na parede iluminada à vela.
Vela padrão.Cefeidas.
Vela no cais do porto
enfunada pelo ventre do vento
em veleiro velado.
Alaúde, Alaide, para a elegia
de Maria de Lourdes, minha mãe!
Alaúdes!
Um ataúde
não é uma alaúde.
O alaúde é um instrumento melódico
da família dos cordofones
e a música do alaúde
cabe na alma do mel;
por isso, a  melodia,
de-dia e noite-e-dia
toca à Via Sacra
que terminou para Maria de Lourdes Gribel,
porém continua para mim
no alaúde que pude 
por em arranjo de aliteração
ao modo Cruz e Souza de trinar, doutrinar.
Toca alaúde, Alaíde,
para Maria de Lourdes
viva em virtude,
agora em mansuetude...
de arroio que brinca de saltar pedras
nas perdas da madugada.
O ataúde que, no árabe grafado,
também aponta para a substância da madeira,
matéria em celulose,
é feito para guardar morto
desatado do contorno melódico,
mas ainda atada ao lúdico,
mesmo o mais módico
que chega  a beirar
o beiral do silêncio,
no qual pousa um cantochão
distante algumas jardas de mosteiros,
 abadias frias dadas em côvados covardes
e conventos, que há de convir,
são cenóbios,  casas cenobiais, monastérios,
lugares para vida contemplativa
daqueles monges com face de terra
e daquelas monjas que amam a Deus
sendo reciprocados 
pelo amor de Deus,
ó  amados e amadas,
que o são no sal da vida sã, santa, sanada...
- O alaúde tem abelhas
tecelãs terceiras da Ordem das avelãs(avelãs) e amêndoas
e  do mel que doa da lã melódica,
lânguidas, longas melíferas colmeias...
lançadas do cântico do alaúde
que eleva a alma da minha mãe
ao espírito que se esvazia
nos foles de Deus, do céu,
os  quais se expandem em plenos pulmões
com a música da sanfona ou acordeão
que acorda o acordo
na corda musical do pacto
que o senhor mandou sangrar
para poder assinar
com o sinal de sina do arco-íris
que conta ariris em neblina matinal
pelo grito nos céus
acima de telhado gris
que rebaixa os anis
ao nível dos homens vis.
Alaúde, Alaide, para prantear
o passamento de minha mãe,
 Maria de Lourdes,
senhora dos alaúdes,
- que eu a nomeio assim
com minha autoridade de homem livre.
Entrementes, se é a  vida da minha mãe
que me escapa pelas frinchas dos dedos
no tempo serpenteado pelas areias
divididas na ampulheta do homem
e soltas no Relógio de Areia do cosmos constelado,
tal qual um Adão com costela,
no período das águas,
com a clepsidra humana
separando águas de tempo,
- Nos instantes de luz,
que fazer e a quem instar?!
A que deus?!
A que lua, a que loa, 
- a que ladainha recorrer?
se o tempo em minha mãe
se transmutou em pedra
e de tempo involuiu para templo
tal qual o sangue do Mar Vermelho do corpo.
Posto o morto,
no caso, a morta,
a que porto
irá aproar, Eloá?
Em que momento soçobrará?!...
Posta a morta
a que porta
baterá?
À porta torta do batel
- que naufragou
e nem tinha porta
ou porto seguro
Aonde atracar?!...
Onde ir fugindo, à deriva...
O ataúde atou o corpo
de minha mãe
e o arrastou "redemoinhando"
para os subterrâneos
onde há Hades
e há-de haver catacumbas,
rio Estiges, barcas e Carontes.
O ataúde tocou-lhe a alma de alameda longa
que subiu aos céus
para encontrar um reino
todo dela,
todo mãe,
pronto e à espera
de sua soberana,
desde o rasto na areia
dos pés do primeiro tempo

em que ela pisou
na cabeça da serpente,
que é a vida :
mixórdia ou mescla de peçonha e remédio.

Mas se haverá céu e céus
nas acepções das palavras
para além dos azuis,
- o que não haverá
 senão todo o impossível?

No céu que creio
está o sol
plantado com se fora
um olho ciclópico,
o mar embaixo a remar

na preamar, baixa-mar...
e o luar encimando...- tudo,
porquanto  os deuses saem e entram em mim
assim como emergem as ervas da terra,
as víboras das tocas...
 
Deus deixa a caverna
que tenho dentro de mim;
sai silente com  o querubim e o serafim
da sua comitiva divina,
com seu séquito angélico,
tal qual saem corujas, mochos e morcegos
de seus valhacoutos.
A única fé que tenho,
trago-a em mim;
a única razão em que creio
e com a qual mensuro e conto
está dentro de mim :
o resto é xarope de groselha
para inglês beber.

Minha mãe faleceu;
no entanto,  metade do corpo dela
( corpo vem com água de alma e alga,
espírito de fogo)
foi deixado de legado vivo
em meu corpo,
pois a outra metade do meu organismo
pertence ao meu pai,
continuando, pois, o casamento deles
a viger dentro do meu corpo.
No que creio
é que minha mãe
que acaba de falecer
tem uma metade em mim
que a morte não pode levar
nem com seu exército bilionário de bactérias,
- pois metade do seu corpo
( e no corpo vai alma em água
e espírito em fogo)
ela me deixou de legado vivo :
- a metade do corpo que fora dado a ela
na herança genética.
Na outra metade do meu corpo
vive meu pai,
ambos casados
em corpo, alma e espírito
dentro de mim!

Do exposto, depreende-se que a metade
que foi pasto das bactérias comensais
pertencia a ela
- que teve que morrer pela metade,
pois a morte não se completa
senão depois de largo ciclo de vida
quando a outra metade morre
em todos os filhos e netos,
bisnetos,  tataranetos...
- e vai gerações! quase sem fim
a cavaleiro do fim. 

Ao ver minha mãe no "sarcófago",
contemplei pela terceira vez
a minha própria morte,
ainda de posse da consciência-corpo
que me faz recordar
da minha existência 
- até o dia do Senhor,
quando meu corpo for desconectado
do aparato vivo  da natureza
e minha memória corporal
fugir pela janela
Através de uma rede de falenas
Que levarão minha memória consciente,
A qual multiplica o milagre
De abrir minha consciência
No encadeamento de atos e fatos
Que constituem o tempo:
O tempo do ser é o presente,
- o resto é tempo sem  ser.

Antes do passamento de minha mãe
assisti meu passamento em minha  avó 
e posteriormente em meu pai..:
Toca Alaíde,
Toca alaúde...
Ficheiro:The musicians by Caravaggio.jpg
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domingo, 16 de março de 2014

CARNAVAL DO ARLEQUIM- CARIOCA E SEU ZIRIGUIDUM - glossário

Ficheiro:Amazone Staatliche Antikensammlungen 2342.jpg
Meus pensamentos,
que são os pensares e pesares do ser humano
ilhado em um indivíduo,
um Robinson Crusoé qualquer,

um Parmênides, um Zenão de Eléia,
dois ou mais Heráclitos de Éfeso,
um ou outro Saulo de Tarso,

com tarso e os ossos metatarsais,
o qual escreveu a Epístola aos Efésios
demudado em Paulo Apóstolo...
- esses pesares em elegia
e pensares em filosofia,
que vão à distância que vão 

os ventos vãos,
os quais vão e voltam
nos vãos dos vaus
e chegam até aonde aporta
a nau que os leva leves,

ultra-leves plumas,
grafados na poeira da luz diáfana,
fotogênicos que são,
- em tais pesares e pensares,

entalhados em madeira de lei,
deixarei, deitarei em signos,
que são atos mudos,
surdos-mudos,
realizados por mim por meio da escrita,
- atos que têm o teor de discursos
para capitães de longo curso,
de corveta e nau capitânea,
ou corsários e piratas incursos
na liberdade que livra e enlouquece,

ouvir na batida do martelo na bigorna
( batuque que abre um mundo novo!)
junto a flibusteiros
até vir a policia de branco e cáqui ou preto
jogar o vetusto xadrez do inconsciente demente

interrompendo a vida em liberdade
fora das patranhas sócio-políticas,
as quais criam e nutrem as patrulhas
dos cães de pequena monta intelectual
e indigência espiritual
que se escondem no xadrez do arlequim 
entre luz e sombra...por Caravaggio!
Por Micheangelo Merisi o Amerigh de Caravaggio!,
um mestre no  xadrez-arlequim das tintas...
um apaixonado violento, impetuoso...
um enamorado da vida em liberdade...
única digna de um homem, ó Libertina
( nome de toda sociedade ou comunidade
que sejam de homens e não abelhas!)...
 
Os signos assinalados à moda dos barões de Camões,

que cantou alto e bom som,
legarei aos leitores e musas
encarregados do levante deles
pela via crúcis da mente

do mortal que tombou na tumba,
porém deixou a deusa ou mente,
serpente que se ergue no deserto da vida
tal qual cascavel ziguezagueante
nas areias do deserto mudo,
mudando duna a duna,
o que coaduna com o que dura
grafado, geoglifado, petroglifado ou hieroglifado
sobre objetos insólitos
e não sólidos,
os quais realizam a travessia
pelo universo natural  da química,
pois signos são mudos, tartamudos
que, entretanto, podem suscitar
os significados e símbolos nas vozes
das musas, dos homens 

ou dos instrumentos musicais
- e são  essas as serpentes 

que os erguem do limbo
ao solo do oboé ou violino,
em solo de solista humano,
quer seja soprano, tenor, barítono
a chorar em bom tom
com olhos postos
no orvalho da madrugada
que cai em solo
e cuja  cantilena é madrigal para besouro,
rumorejar de riacho que ri
para coleóptero oculto em madressilva,
todo iluminado,
buda que é
- no vaga-lume e pirilampo
em campo ancho
- no angico
que abre outro campo,
extra-campo verde,
com violonista enamorado,
ébrio da bebida da madrugada
iluminado por livros medievais (iluminuras)
e pirlilampos-budas em nirvana.

Meus cantos e discursos
terão "voz" e vez também
no silêncio dos olhos e da mente
de quem os lê,
pois empós as auroras
dos meus 96 anos de vida
a fala  deles será  falha mnemônica
que será apagada da memória,
bem como todo o resto
que ficar pela terra
- e que é terra
também em terracota,
que artefato somos
nas mãos e mente da cultura,

que nos mente e manipula :
e em soldados, operários, sábios ou reis
nos industrializam ou aculturam ou civilizam.
Contudo, não será no mutismo dos signos

e nos seus silêncios de prisões
que se dará o levante de minha voz

já em signos jacente,
mas máxime o máximo mágico 

do meu pensamento,
no DNA dos signos geoglifado,
que continuará ritmando
e cuspindo de si, sem boca,
sem nota musical ouvida em si,

bemol maior ou menor,
símbolos que são  serpentes

nascidas de signos,
pois o símbolo se mescla em carne

do verbo com o ser da víbora
que ziguezageia na areia tórrida do Saara,
o qual ara um camelo e um dromedário,
num oásis. Oh! Oásis!
- Quem sabe o que é um oásis?!:
o beduíno, um beduíno, o camelo,

que teima de não ser um camelo
e  um dromedário,
o qual, de fato,  não é o dromedário,
senão de direito,
na voz afiada da doutrina filósofica...
Entrementes, tudo isso passará
nos pássaros que passarão os céus,
ultrapassarão os sóis...
- Até que a língua da água
fale e cante
e desmanche os sulcos do código em areia
desenhados no Poema à Virgem por Padre Anchieta
encetando a erosão da língua!,
a final...
- antes que a cal
caia do caos,

caia o caos
e a nau
nade nua

sem nauta
até a praia
e deixe ao náufrago
a morte do homem,
a qual prenuncia o fim do tempo, 

a destruição do espaço
tal qual em uma fissão nuclear
de longa e longânima cadeia,
que medeia a Medeia,
a infeliz Medeia

de tantos prantos!

O canto em signos
não serei eu
nem minh'alma de gato,
todavia sim uma cerimônia do adeus
presidida pelos bardos
cobertos de  cardos, nardos, dardos, fardos...
quando o pensamento atravessar a pedra
em aporia à flecha de Zeno de Eléia.
Paradoxo. Paradoxo Zeno,
o Eleata que tinha o aceite de todos
menos dos seus pares da Escola Eleata.
( Durma-se com uma seta dessas
mirando seteiras, arqueiros
atirada célere por uma arqueira
- bela, cujos longos e bastos cabelos são a noite negra,
invadindo com trevas corpo e alma,
em salva de luz apenas na Coma da Berenice,
flecha lançada por uma  amazona
equipada com uma besta...
- uma besteira!...Mesmo porque
amazonas são entidades imaginárias,
seres do pensamento em sintaxe de lenda.
Não há notícia de amazona portando uma besta,
pois não as havia onde elas eram lendárias
e trotavam e galopavam em cavalhada
sobre as cavalgaduras,
as bestas de fato e de direito,
que somos os homens
de sexo masculino :xy).

( Para o Para-livro em projeto-projétil : Poemas em geoglifos para uma Ópera Bufa de Joan Miró representada no carnaval do Arlequim carioca com seu ziriguidum).

Ficheiro:Equipement.archer.png
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